quinta-feira, 27 de maio de 2010

Atividade em Novo Hamburgo



No dia 23 de maio Sandra esteve em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, discutindo a temática de Desenvolvimento Regional com o PSOL da cidade. A atividade foi parte do processo de debates e acúmulo do Partido na construção de seu programa de governo nacional. Nele discutimos as melhores alternativas para um projeto que vise a mudança de lógica das ações de governos.

Muitas destas ações são simples e permitem ser realizadas imediatamente. Por exemplo, na construção de casas populares pode-se sim regulamentar a contratação de trabalhadores hoje desempregados através de frentes de trabalho, priorizando a geração de emprego e renda ao invés de beneficias as grandes empreiteiras, fontes de financiamento da maioria dos partidos da base dos governos Lula e Yeda, inclusive tendo no topo da pirâmide de beneficiados por suas doações justamente o PT e o PSDB.

Outro debate relevante foi feito sobre a utilização de outras matrizes energéticas, como os painéis de captação de energia solar e que tem um custo muito em conta na geração de energia, quase nenhum desperdício e é ecologicamente correta, pois não agride o meio ambiente produzindo uma energia “limpa”. Da mesma forma a energia heólica – a partir dos ventos – muito fácil de implementar nas regiões litorâneas do país.

Ainda sobre energia discutimos mesmo a questão da energia hidrelétrica, aquela produzida por barragens. Hoje as barragens tem sido a grande marca do Programa de Aceleração do Crescimento (Rio Madeira, Belo Monte, Barra Grande, Pai-Querê). Todas elas são construídas por grandes empreiteiras e temos de volta a questão do financiamento privado de campanha e os interesses hoje presentes por trás das obras públicas. Contudo, não se trata de excluir esse tipo a energia produzida por barragens e sim torná-la menos agressiva ao meio ambiente e às populações que vivem nas regiões onde são construídas. Hoje com a lógica das grandes barragens as inundações promovidas na constituição do lago afetam milhares de famílias, promovendo o reassentamento ou mesmo o êxodo destas. Além disso, os lagos causam grande impacto ambiental, atingindo fauna e flora locais, as fontes subterrâneas de água, etc. Como alternativa propôs-se a construção de pequenas barragens que atendam a demandas locais e regionais.

Contudo, não há melhorismo suficiente. Para disputar a mudança de lógica social é necessário disputar a concepção de organização da sociedade, disputar os valores e apontar que no capitalismo um novo mundo justo e solidário não é possível. É preciso romper com a lógica que governa esta sociedade, do individualismo, da propriedade privada, do lucro, da exploração e construir através da moblização social permanente uma sociedade com justiça e igualdade entre homens e mulheres, independente da cor da pele, da cultura que tenham, das suas crenças religiosas e da parte do planeta em que vivam. A este mundo da barbárie o socialismo é a contraposição e alternativa possível.

PLINIO E PEDRO RUAS EM PORTO ALEGRE



Os encontros têm cumprindo o papel de espaço de debate político, elaboração programática e de mobilização do partido para o pleito deste ano. O pré-candidato à presidência da república pelo PSOL, Plínio Arruda Sampaio, está marcando presença em todas as atividades, que culminarão com a realização do Seminário Nacional de programa de governo nos dias 26 e 27 de junho, na capital paulista.
Nesta sexta, 28, Plínio de Arruda Sampaio, pré-candidato do PSOL à presidência estará em Porto Alegre para debater com a militância e apoiadores. Agende-se para acompanhar as atividades com nosso pré-candidato.
Agenda de rua e imprensa:

8h10 – Gaúcha Atualidade;

9h15 – Conversas Cruzadas;

14h – 15hRádio Bandeirantes;

15h30 – Postão da Cruzeiro (PAM 3), em defesa da saúde pública!;

16h20Correio do Povo e Rádio Guaíba;

17h45 – Caminhada no Mercado Público.

De noite participe da abertura da etapa regional do Seminário de Programa do PSOL com Pedro Ruas, Plínio de Arruda Sampaio e Via Campesina (a confirmar), 18h30, no SINDISPREV/RS (Leonardo Truda, 40, 12º andar - Centro).
O Seminário de Programa segue no sábado (Sindisprev) com as seguintes mesas de debate:
9h30 - Educação
13h30 - Reforma Agrária, Segurança Alimentar e Meio Ambiente (com subitens: Reforma Urbana, Integração e desenvolvimento regional)
16h15 - Saúde
Comitê dos Pré-candidatos Plínio e Pedro Ruas

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Fundação do PSOL em Formigueiro

Fotos de domingo, 23 de maio, quando fundamos o PSOL em Formigueiro.










sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sandra participa de debate com estudantes da PUCRS















No dia 18 de maio, Sandra Feltrin esteve na PUCRS, em Porto Alegre, para participar de um debate sobre a criminalização dos movimentos sociais. A atividade foi promovida pelo movimento "Barricadas Abrem Caminhos" e contou, também, com a presença do professor Pedrinho Guareschi. Mais de 40 estudantes estiveram presentes para escutar a opinião de ambos, que tem estreita relação com o MST. Na oportunidade, Pedrinho salientou como os meios de comunicação disputam o imaginário da população associando os movimentos sociais, em especial o dos trabalhadores rurais sem terra, a grupos terroristas e até mesmo à morte. Já Sandra resgatou o recente histórico dos atos criminalizatórios do ponto de vista jurídico contra o MST e lembrou o parecer do Ministério Público Estadual de 2008 em que considerava este movimento social um grupo de ação terrorista. "Hoje o que vemos, por conta da fragilidade da esquerda e alto refluxo das lutas sociais, é uma exagerada judicialização de todo e qualquer processo de luta e resistência contra o capital", falou Sandra.
Ao final, os estudantes lembraram que na PUCRS estão vivendo faz alguns anos uma realidade semelhantes dentro da universidade, pois aqueles considerados lideranças sofrem processo de sindicância para coagir, assim como em alguns casos são até mesmo agredidos fisicamente.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SEM TERRAS E FAVELADOS: DUAS FACES DA MESMA MOEDA

Sandra Feltrin – Advogada e Presidente do PSOL de Santa Maria


A condenação imposta aos sem terras, no meio rural, e aos favelados, no meio urbano, é a face cruel do modo de produção capitalista. Ninguém mora numa área de risco por opção, mas por falta dela, porque as políticas urbanas jamais foram pensadas, de forma planejada, sobre o local adequado para a população trabalhadora morar. De igual forma, ninguém é sem terra por opção e nenhum deles arrisca a sua vida e a de seus filhos em ações como as ocupações de terra para fazer um piquenique.

Os favelados de hoje eram os sem terras de outrora, ludibriados pelo empresariado e governos porque, mesmo sem conhecer as lides da indústria - afinal, eram agricultores - foram compelidos a vir para a cidade, vender sua mão de obra a preço vil e morar em extensas áreas insalubres. O preço pago pela necessidade do crescimento econômico foi a sentença de condenação de milhões de favelados à desorganização, ao bolsa família, ao desemprego e à dor cruel de ver seus filhos vendendo crack e morrendo em tenra idade, muitos adolescentes.

O favelado é um pária; o sem terra também é um pária. Contudo, há uma circunstância que os diferencia e que é motivo de profunda irritação para setores do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos políticos e dos governos: segundo o ex-senador, José Paulo Bisol, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma “coletividade de párias, certamente a única organização, a mais consciente em relação à sua identidade e por isso a mais competente”. É uma coletividade de condenados que continua a ocupar latifúndios e empresas multinacionais com a altivez e a dignidade moral de quem sabe que para revogar a condenação que lhes foi imposta restou apenas o ato de cortar cercas e mudas de eucaliptos, que trazem a morte. Em outras palavras: o pária é um natimorto; o favelado e o sem terra também; a diferença é que o sem terra, quando passa a integrar o MST, se torna sujeito da história para revogar sua condenação, pois aprende na ação concreta da luta uma lição que a maioria dos favelados apenas intui: existe uma justiça de classe no Brasil, atenta e prestativa às camadas ricas da população; míope para ver o direito dos pobres e surda para os seus clamores.

Os favelados, condenados à pobreza crônica, sem qualquer esperança de revogação dessa pena, porque desorganizados sob o ponto de vista político, são lembrados nas tragédias, como as que assistimos diariamente na TV, nas campanhas de caridade e nas eleições, quando eles e os políticos tradicionais estabelecem uma relação espúria de débito e crédito. A pergunta incômoda a ser feita é: até quando as políticas sociais do Estado vão dar conta de um número cada vez maior de pessoas que vão se tornando desnecessárias para o sistema de produção capitalista? Não por acaso o filósofo marxista Istvan Mészaros sentencia que, sob a batuta do sistema capitalista, deixaremos para nossos filhos, com muita sorte, apenas a barbárie.


"artigo publicado no jornal A Razão de 05/05/2010".